10 de Abril de 2013

4o. dia de pedal

Antônio Carlos - Santos Dumont - Ewbank da Câmara

Total rodado no dia: 79,9 km
Total acumulado: 293,9 km
Tempo pedalado no dia: 7h44min
Tempo pedalado acumulado: 28h33min
Velocidade Média do dia: 10,3 km/h
Velocidade Máxima do dia: 38,9 km/h

Track GPS, altimetria e etc disponível em:
http://www.strava.com/activities/48770938


Esse foi com certeza o dia mais "puxado" da viagem.

Tomamos um café da manhã bem simples no bar do hotel: pão com manteiga e café com leite, mas tava legal. Como o hotel estava sem água, paramos em uma mercearia perto da linha do trem e dali foram cerca de 15kms por subidas leves.

Encontramos vários pontos de lama nesse trecho e nas subidas encontramos bastante serração.
À partir de certo ponto, é possível ver vestígios da estrada União Indústria. É uma estrada bem bacana, onde um calçamento aparece, some e reaparece seguindo pelo meio da mata. Duas fontes bem antigas, da época dos tropeiros, fornecem água boa e gelada para quem passa por lá.

Chegando em Patrimônio dos Paivas, um distrito minúsculo e com ruas ainda em terra, nos indicaram o bar do Alonso. Fomos até lá mas estava tudo fechado.
Um rapaz indicou então a Dna Terezinha. Fomos até a casa dela e ela seguiu para abrir o seu bar pra gente. Lá ela fritou na hora coxinhas que estavam nota 1000!!! Além do capricho dos salgados, ela foi muito simpática e contou também algumas histórias engraçadas do vilarejo.

Seguindo então depois de matar a fome, pedalamos uns 6km de muita lama até a fazenda Cabangu, onde fica o museu Santos Dumont. O museu fica na casa onde nasceu o pai da aviação. É bem cuidado e mantido pela Aeronáutica. Vale a pena a visita. Lá gastamos cerca de 1 hora.

Nesse museu o Marcelo protagonizou mais um tombo na viagem. Em um pavimento do museu que estava fechado, ele escorregou e torceu o pé. Pela cara de dor, parecia que ia acabar a viagem pra ele ali. Por sorte a dor melhorou e ele conseguiu seguir pedalando, mas ficou mancando o resto dos dias.

Saindo do museu, pegamos asfalto e depois terra com subidas e descidas, e também bastante lama. Já quase chegando na cidade Santos Dumont, a Estrada Real segue por um asfalto paralelo à linha do trem.
Já no centro da cidade, encontramos muita muvuca: trânsito, muita gente na rua, motos cortando caminho e etc.
Paramos na Padaria do Vovô, que estava lotada. Comemos alguns lanches e enquanto isso começou a ventar e uma chuva se armava. Tentamos sair antes da tempestade cair, mas não teve jeito. Logo que saímos, começou uma chuva forte e fria. Colocamos os anoraks e seguimos debaixo d'água mesmo.

Já na área rural e sem chuva, depois de algumas subidas curtas mas fortes em calçamento de pé-de-moleque, topamos com uma espécie de hotel fazenda abandonado (Eco Village), parecia um "hotel fantasma", caindo aos pedaços no meio do nada.

O nosso caminho parecia ir bem até quando passamos reto por um marco na porteira. Depois de descer  uns 500 metros de estrada íngreme, perguntamos em uma casa pelos marcos e uma senhora nos apontou o topo do morro que a gente tinha acabado de descer. Que raiva..rs

Depois de subirmos de volta, entramos na fazenda como indicava o marco. Depois de uns 300 metros a estrada terminava num estábulo vazio. Havia uma casa, mas sem sinal de ninguém. A ER simplesmente sumia. Ninguém pra perguntar e o tempo passando. Começou a entardecer.
Apareceu então um caboclo que era o caseiro e ele mostrou a estrada totalmente abandonada no meio do capim. Na verdade ela virava uma trilha atrás do estábulo e que passava no meio de uma esterqueira. Não havia outra opção a não ser enfiar literalmente o pé na merda para passar por ali.
O caminho seguia então por single tracks. Impossível para carro diferente do que indicava a planilha. Seguíamos lentos e já era quase noite quando o Leiva enroscou um galho no câmbio traseiro e entortou sua gancheira e o macaquinho. Ele voltou a gancheira na mão pra tirar dos raios, mas não dava mais pra pedalar. Seguiu empurrando pela trilha estreita.
Depois de cerca de meia hora e ainda a uns 10kms do destino final e preocupados se aquela trilha ia fechar, surgiu finalmente uma estrada de terra.
Com os faróis acesos, fomos prestando atenção aos marcos pois a planilha indicava a necessidade de um desvio e praticamente todos os marcos estavam abandonados no meio do capim alto. O Leiva, com o câmbio ferrado, foi empurrando nas subidas, deixando rolar nas descidas e de "patinete" nos planos.

Depois do sufoco chegamos finalmente na BR040 e um pouco depois alcançamos a pequena Ewbank da Câmara por volta das oito da noite. Paramos então no Hotel Mundial, enlameados e bem cansados. Mesmo assim, por conta da quantidade de barro nas relações, demos uma enxaguada rápida nas bikes, com uns baldes que o Sr. Maurício, funcionário do hotel, arrumou pra gente.

Encomendamos marmitex de uma senhora através do Seu Maurício. A cidade não tem nenhum restaurante e portanto era nossa única opção.
Lavamos a roupa num tanque do hotel enquanto o Marcelo reclamava bastante de dor no tornozelo.
Chegaram então as marmitas, a comida estava muito boa, ainda mais com nossa fome e cansaço. O Leiva e o André que já tinham tomado banho, devoravam o jantar enquanto caiu a energia. O Marcelo por azar ainda estava no chuveiro e teve que acabar o serviço na água gelada.
Eduardo, que precisava de uma bicicletaria pra resolver o problema do câmbio, foi procurar saber dos horários de ônibus no dia seguinte para Juiz de Fora, que era a próxima cidade do roteiro.



Hotel Familiar em Antônio Carlos



Estrada União-Indústria - calçamento original

Parada pra encher as caramanholas



Patrimônio dos Paivas




Dna Terezinha



Casa onde nasceu Santos Dumont







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